ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração

Vale leva à COP 27 experiências bem-sucedidas de redução de emissões de carbono

Na Conferência do Clima da ONU, no Egito, a empresa vai mostrar o que vem fazendo para se tornar net zero até 2050 e apresentará ferramenta que monitora riscos físicos e financeiros às suas operações decorrentes das mudanças climáticas

A Vale selecionou iniciativas bem-sucedidas de descabornização, de recuperação de florestas e de mitigação de impactos relacionadas às mudanças climáticas, desenvolvidas ao longo dos últimos anos, para apresentar nos painéis e encontros empresariais da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP 27ª, que ocorre até 18 de novembro em Sharm El Sheikh, no Egito. Entre as iniciativas, está uma pesquisa inédita do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITV-DS) que visa aumentar o estoque de carbono no solo nas práticas de recuperação florestal, ajudando a reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE) na atmosfera.

A empresa apresentará também os últimos resultados do programa Powershift, cujo objetivo é buscar soluções inovadoras para substituir combustíveis fósseis por fontes limpas em suas operações de mina e ferrovia. Nas iniciativas para reduzir as emissões de sua cadeia de valor (escopo 3), será exibido os últimos avanços das parcerias firmadas com clientes siderúrgicos. Em dois anos, a empresa já assinou contratos visando soluções de descarbonização com mais de 30 clientes que representam cerca de 50% das emissões de escopo 3 da empresa.

Será apresentado ainda o Vale Climate Forecast, uma ferramenta inédita, desenvolvida pela empresa, que permite identificar potenciais impactos operacionais e financeiros devido às mudanças climáticas nos curto e longo prazos.

Em 2019, a Vale anunciou a meta de reduzir suas emissões de carbono sob sua responsabilidade (escopos 1 e 2) em 33% até 2030, como primeiro passo para zerar suas emissões líquidas até 2050, em linha com o Acordo de Paris. Além disso, se comprometeu em reduzir em 15% suas emissões líquidas de escopo 3 até 2035. Esta meta será revista a cada cinco anos. Hoje, 98% das emissões de CO2 da Vale são provenientes da sua cadeia de valor.

Abaixo mais informações sobre algumas das iniciativas da empresa para redução de emissões e de apoio voluntário a ações na agenda climática:

Redução de emissões líquidas de GEE no escopo 1 e 2 - Em 2020, a Vale anunciou a meta de zerar as emissões líquidas de Gases de Efeito Estufa (GEE) até 2050, nos escopos 1 e 2. Na COP 27, a empresa apresentará as medidas adotadas para atingir este objetivo, como as do PowerShift. Criado em 2018, o programa visa substituir combustíveis fósseis por fontes limpas em suas operações, com foco no uso de energia renovável e combustíveis alternativos, maior eficiência nas operações utilizando novas tecnologias. A estratégia de eletrificação dos ativos, por exemplo, já conta com a adoção de duas locomotivas de pátio a bateria nos portos da empresa em Vitória e São Luís; dois caminhões de 72 toneladas elétricos em operações de minas na Indonésia e em Minas Gerais e ainda cerca de 50 equipamentos de mina subterrânea no Canadá. 

Descarbonização siderúrgica 

A Vale é um dos maiores fornecedores de minério de ferro do mundo e a indústria do aço é sua principal cliente. Intensivos em carbono, os setores de mineração e siderúrgico representam cerca de 15% das emissões mundiais, segundo estudo da consultoria Mckinsey. Na Vale, as emissões de escopo 3, aquelas relativas à sua cadeia de valor (fornecedores e clientes siderúrgicos), somam 98% do total de emissões da empresa. Em 2020, a companhia anunciou uma meta que prevê reduzir 15% as emissões no escopo 3 até 2035.

Na COP 27, a companhia vai apresentar o estudo de caso sobre o impacto do vazamento de metano em estratégias de produção de aço com baixo teor de carbono. A empresa também detalha o que tem feito para ajudar na descarbonização da indústria siderúrgica, com a introdução de soluções na produção de aço, que incluem o minério de ferro de alta qualidade, briquetes verdes metálicos, rotas alternativas de produção e outras iniciativas. Até agora, a Vale firmou parcerias visando soluções de descarbonização com mais de 30 clientes que representam cerca de 50% das emissões do seu escopo 3.

Recentemente, a companhia anunciou acordos com a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Sultanato de Omã para a criação de mega hubs destinados à produção de hot briquetted iron (HBI) e produtos de aço de alta qualidade a partir do uso de briquetes verdes. A produção de HBI será feita em fornos de redução direta, com utilização de gás natural. A estimativa é de reduzir as emissões de carbono em, aproximadamente, 60% se comparado com fornos tradicionais siderúrgicos, da rota integrada BF-BOF, que usam coque e carvão metalúrgico.

Monitoramento dos riscos físicos relacionados às mudanças climáticas

 A Vale faz monitoramento constante de seus ativos no Brasil e no mundo visando reduzir os riscos físicos relacionados às mudanças climáticas. Na COP 27, a empresa apresentará a metodologia desenvolvida com o apoio do ITV para a gestão de riscos físicos relacionados às mudanças climáticas, o Vale Climate Forecast. A ferramenta permite identificar potenciais impactos operacionais e financeiros, de curto e longo prazos, devido a variáveis climáticas como alterações nos regimes e volumes de chuvas e a variação de temperatura para todas as operações da empresa. Análises de longo prazo já foram realizadas para as operações do Canadá e Regiões Norte e Nordeste no Brasil, e as demais as áreas serão estudadas de acordo com o cronograma estabelecido. Além disso, em relação à monitoramento um piloto foi implantado no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA). Diariamente, previsões de precipitação são disseminadas para todo o porto. Tais informações auxiliam a tomada de decisão nas operações de embarque e distribuição de
minério de ferro e outros produtos, otimizando os planos e minimizando os riscos.

Recuperação de florestas

Pesquisadores do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITV-DS), em Belém, desenvolveram uma técnica que ajuda na recuperação de florestas e, ao mesmo tempo, potencializa a captura de carbono da atmosfera no solo. A pesquisa resultou numa solução que permite identificar marcadores moleculares capazes de quantificar genes e proteínas que favorecem o aprimoramento das práticas de manejo e, com isto, ajudam a conservar o carbono na forma orgânica, diminuindo a emissão de gases do efeito estufa. Dados do Painel Intergovernamental para Mudanças do Clima (IPCC) da ONU mostram que o solo pode responder por até 70% do carbono estocado na terra na forma de matéria orgânica. Isto representa quase três vezes mais do que o armazenado na vegetação e cerca do dobro em comparação com a atmosfera.

A adoção da técnica desenvolvida pelo ITV prevê que, em quatro anos, o solo possa voltar a ser saudável e produtivo, com a acumulação de matéria orgânica. A partir daí, será possível mensurar a quantidade de carbono estocada no solo para viabilizar que agricultores possam comercializá-los em mercados de créditos.

Meta Florestal 2030 

Em 2019, a Vale se comprometeu a proteger e recuperar voluntariamente mais 500 mil hectares de florestas no Brasil até 2030. Deste total, 100 mil hectares serão recuperados e outros 400 mil com foco na proteção. Neste período, já foram recuperados mais de seis mil hectares a partir de investimentos em cinco negócios agroflorestais de impacto socioambiental positivo e firmados acordos com sete Unidades de Conservação, totalizando 115 mil hectares de proteção. O Fundo Vale é quem lidera e implementa as ações desta meta, em parceria com outros veículos da Vale como a Reserva Natural Vale (RNV) e o ITV.

O case que será apresentado é o da Caaporã, um dos negócios investidos, que lançou um leite e uma linha de produtos lácteos, como queijos e fermentados, com certificado de carbono zero. Os produtos estão reunidos sob a marca NoCarbon. Todas as emissões de gases efeito estufa geradas na produção são contabilizadas e compensadas por meio do plantio de árvores nativas, a partir da adoção de sistemas agrossilvipastoris. Neste modelo, a recuperação de áreas desmatadas ocorre por meio da combinação da plantação de espécies arbóreas com a criação de gado. As emissões de metano produzidos pelo gado também são compensadas.

A meta de 500 mil hectares vai se somar aos mais de 1 milhão de hectares que a Vale já ajuda proteger no mundo por meio de ações de compensação ou voluntárias. Deste total, 800 mil hectares estão na Amazônia, onde a empresa está presente há quase 40 anos. A área, equivalente a cinco vezes a cidade de Londres, é formada por seis unidades de conservação, que formam o chamado Mosaico de Carajás, que a empresa ajuda a proteger em parceria com o ICMBio, o órgão ambiental federal. De lá, saem mais de 60% da produção de minério de ferro da Vale, embora suas atividades ocupem menos de 2% do total do Mosaico, mostrando ser possível fazer uma mineração sustentável.

Previsão do desmatamento

O Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), com financiamento do Fundo Vale e Microsoft, lançou a PrevisiA em 2021, uma plataforma de Inteligência Artificial que antecipa informações de regiões com maior risco de desmatamento e incêndios na Amazônia. A ferramenta analisa diversos dados, como topografia, cobertura do solo, infraestrutura urbana, estradas legais e ilegais e dados socioeconômicos para identificar possíveis tendências de mudanças no uso do solo. Os dados são disponibilizados a órgãos públicos para ações preventivas de combate e controle e ao setor financeiro e ao agronegócio, a fim de mitigar riscos de investimentos e transações de mercado associadas ao desmatamento ilegal.

Biodiversidade

A Vale tem investido em pesquisa e desenvolvimento para entender a biodiversidade do bioma por meio do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITV-DS). Nos últimos onze anos, o ITV-DS investiu US$ 141 milhões, que resultaram no apoio a 154 projetos. O instituto já mapeou 9.500 mil referências genéticas de espécimes de plantas e 3.500 de animais (códigos de barra de DNA), transformando as Cangas da Amazônia no único bioma brasileiro a ter uma flora com uma referência genética.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Vale

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