Vale desenvolve areia com rejeitos de barragens
Após sete anos de pesquisas e investimentos da ordem de R$ 50 milhões, a Vale desenvolveu uma areia com qualidade comercial para aplicação no mercado da construção civil. A partir de adequações na operação de minério de ferro no Estado de Minas Gerais, o material arenoso, anteriormente descartado em pilhas e barragens, é processado e transformado em produto, seguindo os mesmos controles de qualidade da produção de minério de ferro. Neste ano, cerca de 250 mil toneladas de areia já foram processadas e destinadas a venda ou doação para uso em concretos, argamassas, pré-fabricados, artefatos, cimento e pavimentação rodoviária.
De acordo com Marcello Spinelli, vice-presidente executivo de Ferrosos da Vale, o produto é resultado de práticas operacionais mais sustentáveis.
“Esta ação promove a economia circular dentro das nossas unidades e reduz o impacto da disposição de rejeitos para o meio ambiente e a sociedade, além de ser uma alternativa confiável para a indústria da construção civil, que possui uma alta demanda por areia”, diz Spinelli.
Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas, cerca de 40 a 50 bilhões de toneladas de areia são usadas por ano no mundo. O insumo é o segundo recurso natural mais explorado, depois da água, e sofre, globalmente, com a extração ilegal e predatória, ainda de acordo com as Nações Unidas.
A Areia Sustentável é considerada um coproduto do processo de produção do minério de ferro. O material que é extraído da natureza, na forma de rochas, passa por diversos processos físicos na usina de beneficiamento, como britagem, classificação, moagem e concentração, para se obter o minério de ferro. A novidade introduzida pela Vale é que, na etapa de concentração, o subproduto desse processo é novamente beneficiado até atingir a qualidade necessária para se tornar areia de uso comercial. No método tradicional, esse material se tornaria rejeito e seria destinado a barragens ou pilhas. Cada tonelada de areia produzida representa uma tonelada a menos de rejeito gerado.
A areia resultante do tratamento de minério de ferro é um produto 100% legal, com alto teor de sílica e baixo teor de ferro, além de alta uniformidade química e granulométrica. Segundo Jefferson Corraide, gerente executivo do Complexo Brucutu e Água Limpa, a areia não apresenta características perigosas em sua composição. “O processamento mineral para obtenção da areia é essencialmente físico, não alterando a composição dos materiais, portanto o produto não é tóxico”, afirma Corraide.
A areia da Vale teve sua aplicação em concreto e argamassa atestada recentemente pelos laboratórios especializados Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Falcão Bauer e ConsultareLabCon.
Escala de produção
A Vale já acertou a destinação de mais de 1 milhão de toneladas de areia para venda ou doação em 2022. Os compradores são empresas com atuação em Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e o Distrito Federal. A estimativa é que em 2023 esse número chegue a 2 milhões de toneladas.
“Estamos nos preparando para escalar ainda mais a destinação de areia a partir de 2023. Para isso, estamos com um time de profissionais dedicados para este novo negócio e adequando nossas operações para atender as necessidades do mercado”, explica Rogério Nogueira, diretor de Marketing de Ferrosos da Vale.
Atualmente, a Vale está produzindo areia para comercialização e doação na Mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG).
Outras minas da empresa, também localizadas em Minas Gerais, estão em processo de regularização ambiental e minerária para produção do insumo. “As nossas minas no estado fornecem um material arenoso rico em sílica que pode ser aplicado em diversas indústrias. Estamos trabalhando com diversas instituições, entre universidades, centros de pesquisa e empresas brasileiras e estrangeiras, para o desenvolvimento de novas soluções que aproveitem o rejeito do minério de ferro”, destaca André Vilhena, gerente de Novos Negócios da Vale.
Além de utilizar a infraestrutura existente nas minas de minério de ferro, a Vale também conta com a rede ferroviária e rodoviária já desenvolvida para escoamento da areia para mercados em MG, ES, DF e SP. “Nosso foco principal, com essa atividade, é a sustentabilidade das nossas operações de minério de ferro, minimizando o passivo ambiental, além de buscar o fomento de emprego e renda por meio de novos negócios”, finaliza Vilhena.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Vale
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