Vale apresenta à Agência Nacional de Mineração proposta para corrigir anomalia identificada em barragem de Ouro Preto
Fonte: G1
A Vale apresentou à Agência Nacional de Mineração (ANM) uma proposta de intervenção para corrigir a anomalia identificada em um dispositivo de drenagem da barragem Forquilha III, em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais.
Segundo a ANM, o plano consiste no tamponamento parcial do dreno com um filtro drenante.
Em vistoria realizada pela agência e outros órgãos na Mina de Fábrica, no início de abril, ficou definido que a mineradora deverá detalhar melhor o projeto, inserindo uma análise de risco e um plano de monitoramento para o período posterior à execução da correção.
Em nota, a Vale afirmou que "implementará as ações necessárias nos próximos dias e manterá as autoridades informadas a respeito".
Anomalia
No dia 15 de março, a Vale detectou um acúmulo de material sedimentado, de coloração acinzentada, na saída de um dispositivo de drenagem da barragem, que está em nível 3 de emergência — o mais alto — desde 2019. Segundo a mineradora, não houve alteração nas condições da estrutura.
Em nota técnica elaborada pela consultoria Aecom, consta que esse dreno apresenta histórico de saída de material ao longo dos anos, mas a ocorrência atual "é inédita no sentido de que o material observado é distinto do verificado nas ocasiões anteriores, tratando-se, claramente, de material que contém minério de ferro em fração muito fina".
Segundo a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), uma filmagem interna no dreno constatou "alguns furos" na tubulação, que poderiam estar contribuindo para o problema.
De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a anomalia foi classificada pela própria Vale com a pontuação 10, "a mais grave possível".
O órgão recomendou à mineradora que mantenha a população informada, "de forma verídica, tempestiva e completa", sobre os riscos e condições de segurança de Forquilha III.
Condições inalteradas
Segundo a Vale, a anomalia foi encontrada em um de um total de 131 dispositivos de drenagem da barragem, e os instrumentos de monitoramento "não acusaram alteração" nas condições da estrutura, monitorada 24 horas por dia.
De acordo com a empresa, a Zona de Autossalvamento (ZAS) – área em que não há tempo suficiente para intervenção das autoridades em situações de emergência – está evacuada desde 2019. Além disso, em 2021, foi concluída a construção de uma estrutura de contenção capaz de reter os rejeitos, em caso de rompimento.
Forquilha III tem 77 metros de altura e armazena 19,4 milhões de metros cúbicos de rejeitos. A barragem está em processo de descaracterização, com previsão de conclusão em 2035.
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