Uso do alumínio pode tornar construção civil e indústria automobilística mais sustentáveis
A relação entre o uso do alumínio e sustentabilidade na construção civil e na indústria automobilística foi explorada durante o painel Alumínio e sustentabilidade como drivers de mercado, realizado na quarta-feira (9/6) durante a 6ª edição do ABM WEEK
Magda Reis, consultora da Abal (Associação Brasileira do Alumínio), moderou o painel sobre construção civil. As palestras se iniciaram com uma apresentação da gerente de projetos e certificações do GBC (Green Building Council Brasil), Maíra Macedo, que destacou o papel do alumínio no incremento da eficiência energética. “A parte de energia tem muito peso na certificação, e a fachada provoca reduções significativas no consumo de energia. O alumínio afeta positivamente a fachada, além de poder estar presente na vedação, nos caixilhos, para reduzir a transmitância térmica”, explica Macedo.
Na sequência, compareceu Paulo Gentile, coordenador de desenvolvimento de produto da Hydro, para falar sobre os componentes da construção que utilizam alumínio, sobretudo janelas e portas. Há sistemas bastante eficientes para quebrar a transmissão térmica, como as barras e perfis de poliamida. “Acabei de visitar a Argentina no início de maio, e os pedidos desse material só chegarão em março, há muita demanda para essa solução”, conta Gentile. Aqui no Brasil os produtos se adequam e superam os índices exigidos nas normas de Desempenho – NBR 15.575 e de Esquadrias para Edificações – NBR 10.821.
O consultor comercial da CBA, André Cardoso, lembrou que o aço, além de estar presente em todas as etapas da construção, é um material com excelente aplicação como elemento de ligação entre outros materiais: vidro, concreto, aço inox, polímeros. “O alumínio serve à sua principal vantagem que é conectar os sistemas. Pode-se projetá-lo sem adaptações”, ressalta.
Por último, Lucínio Abrantes e Lúcio Abrantes trouxeram sua experiência em fabricação com cases da Luxalum, de esquadrias e fachadas de alumínio – fachadas especiais, sistema unitizado, fachadas fotovoltaicas, entre outros. A empresa está presente em muitos projetos Triple A no país. “A tendência no setor são projetos eficientes, com vidros insulados de alto desempenho”.
Carros mais sustentáveis
Já o painel que tratou sobre indústria automobilística foi moderado pela engenheira de materiais do IPT Ana Paola Villalva Braga. A primeira palestrante foi Carolina Hattori, consultora de desenvolvimento de mercado e inovação da CBA, que falou sobre as pesquisas de novas ligas para utilização em componentes estruturais do automóvel – de proteção de pedestres, bagageiros, tunnel brace, barra de proteção de porta.
“No estudo baseado em energia, reduzimos em 2,7 vezes o peso da peça, e, no estudo baseado no peso, aumenta-se 6 vezes a absorção de energia de impacto, em relação ao aço”, explica Hattori.
Em seguida, Oliver Toríbio, engenheiro metalurgista da Novelis, comentou sobre o aumento do uso de alumínio nos automóveis ano a ano, mas observou enquanto no Brasil a média de alumínio por carro está em 60 kg, nos EUA ela é 180 kg.
Um de seus estudos comparou uma carroceria de carro toda em aço, cujo peso total seria de 270 kg, com outra que adotasse alumínio de forma intensa, resultando em um peso de 190 kg (redução de 30%) e performance igual ou superior em testes de crash. “Para cada 10 kg de redução no automóvel, ganha-se entre 5% e 7% de eficiência, e para cada quilo de aço que se substitui por alumínio, a redução de emissão de CO2 é de 13 kg a 20 kg”, explica Toribio.
Terceiro e último palestrante do painel, Guilherme Fernandes, gerente de engenharia da Stellantis, falou da ampliação da aplicação do alumínio em outras partes do carro, como a carroceria, dizendo que é um passo que o Brasil e a América Latina devem dar nos próximos anos.
A 6ª edição da ABM WEEK tem a Gerdau como anfitriã e conta com o patrocínio das seguintes empresas: Açokorte, Air Liquide, Alkegen, Amepa GmbH, Aperam, ArcelorMittal, Atomat Services, AutoForm, BM Group/Polytec, BRC, Braincube, CBMM, CEMI, Combustol, Clariant, Danieli, Dassault Systèmes, DME Engenharia, Eirich, Enacom, Engineering, Evonik, Fosbel, GSI, Harsco, Hatch/CISDI, Ibar, Imerys, IMS Messsysteme GmbH, Isra Vision Parsytec, John Cockerill Industry, Kuttner, Metso Outotec, Nalco Water/Ecolab, Nouryon, Primetals Technologies, PSI Metals, Reframax , RHI Magnesita, Saint-Gobain, SMS Group Paul Wurth/ Vetta, Spraying Systems, Suez, SunCoke, Tecnosulfur, Ternium, Timken, Thermo Fischer, TopSolid, TRB, Unimetal, Usiminas, Vale, Vamtec, Vesuvius, Villares Metals, Wallonia.be (ADI – Industrial Services, John Cockerill Hydrogen, BorderSystem, Datanet International, Synthetis e PEPITe), White Martins e Yellow Solution. Apoio especial: CNPq. Apoio institucional: Abal, Abendi, AIST, AIST Mena, Alacero, Casa de Metal, CBCA, Elsevieir, Ibram, ICZ e Instituto Aço Brasil. Apoio de mídia: CIMM e Ind4.0
Texto: Luciana Tamaki
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