Transição energética: Ibram quer fundo do BNDES para minerais críticos
O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, informou que a entidade vem trabalhando com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na formatação de fundos com o objetivo de alavancar recursos especificamente para minerais críticos. Ele disse acreditar que, até o fim do ano, o BNDES irá apresentar uma proposta.
Para Jungmann, o Brasil precisa de uma Política Nacional de Minerais Críticos, uma vez que se trata de um mercado em franca expansão, pois está associado às demandas da transição energética. Procurado pela Agência Brasil, o BNDES não deu retorno sobre o assunto.
“São minerais fundamentais para uma economia de baixo carbono. Sem eles não há eletrificação, não há carros elétricos, não há aerogeradores para produção de energia eólica. O Brasil tem uma possibilidade imensa, com lítio, com nióbio, com tântalo. Nós precisamos ampliar nosso mercado e para isso é preciso aporte financeiro”, disse Jungmann, durante apresentação dos dados setoriais da mineração realizada na última quarta-feira (18).
O Ibram representa as maiores mineradoras que atuam no país. A entidade divulgou os números relacionados com o desempenho do setor no terceiro trimestre de 2023. Entre julho e setembro desse ano, o faturamento das mineradoras foi de R$ 53 bilhões.
O montante representa uma queda de 28,9% na comparação com o do mesmo período de 2022 e de 17,5% em relação ao do trimestre anterior. Segundo o Ibram, o desempenho foi influenciado sobretudo pela redução na produção, mas também por oscilações nos preços das commodities no mercado internacional. Jungmann avaliou que a escalada dos conflitos entre Ucrânia e Rússia e entre Israel e Hamas pode gerar novas variações. “É um cenário que cria dificuldades”, disse.
A queda no faturamento impactou outros indicadores do setor. O recolhimento da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), considerado o royalty da mineração, totalizou R$ 1,51 bilhão no terceiro trimestre de 2023. O valor é 23% inferior ao do mesmo período de 2022.
Também houve redução no montante de exportações, calculado em dólar. A movimentação do terceiro trimestre de 2023 foi 4,5% menor do que a do mesmo período do ano passado e 3,5% inferior à do trimestre anterior.
Entre julho e setembro deste ano, o minério de ferro respondeu por 71,7% das exportações. Outros produtos com grande volume de negócios foram cobre (7,8%), ouro (7,8%) e nióbio (4,7%). A China foi o principal comprador dos minerais brasileiros.
O Ibram também apresentou dados de investimentos. Estima-se que, até 2027, o setor mineral invista no Brasil US$ 50 bilhões, sendo US$ 6,5 bilhões em projetos socioambientais.
Fonte: CanalRural
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