ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração

Projeto avalia patrimônio cultural de comunidades no Quadrilátero Ferrífero

Região do estado de Minas Gerais é a maior reserva de minério do Brasil e é recebeu pela Unesco dois títulos de patrimônio mundial da humanidade.

Uma iniciativa inédita vai mensurar o valor do patrimônio cultural do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. Trata-se do Raízes de Resiliência, um projeto-piloto da People’s Palace Projects (Queen Mary University of London), desenvolvido em parceria com o Instituto Inhotim para trabalhar de forma colaborativa com comunidades locais.

Cinco entidades culturais de Brumadinho, Nova Lima, Itabira e Mariana, além do Inhotim, foram convidados para participar de oficinas de arte e de metodologia de pesquisa. Os workshops on-line irão ajudá-las a entender melhor a relevância de seus trabalhos, que são realizados em uma região afetada pela mineração.

Até o final deste ano, o projeto Raízes de Resiliência vai co-criar com essas instituições ferramentas para medir o impacto que têm no território e vice-versa, entendendo a dimensão de seu legado cultural para a comunidade. Também será possível pensar em políticas de preservação para esse patrimônio local, não local, material e imaterial.

Além de participar das oficinas, o Instituto Inhotim funcionará como um hub, um centro de referência para todas as entidades envolvidas no projeto. A parceria com a Queen Mary University marca os 15 anos da abertura da instituição à visitação em Brumadinho, região afetada pela atividade de mineração.

Riquezas escondidas

O Quadrilátero Ferrífero conta com a maior reserva de minério do Brasil e é reconhecido por dois títulos de Patrimônio Mundial da Humanidade, concedidos pela Unesco (Ouro Preto e Congonhas). Apesar de toda essa importância, até agora não havia pesquisas sistematizadas para uma avaliação maior do valor cultural dessa rica região para mitigar os riscos ambientais e prevenir futuros desastres.

Os dados colhidos, as histórias e o conhecimento compartilhado pelas instituições serão disponibilizados a educadores, legisladores e governos. A ideia é ajudar a estabelecer o papel da herança cultural no processo de transformação, resiliência e regeneração dessa região.

Oportunidades

Uma das entidades envolvidas é a Casa Quilombê, de Brumadinho, espaço de intercâmbio e valorização da cultura quilombola. A coidealizadora, Jana Janeiro, acredita nos processos criativos e colaborativos para a transformação social nos territórios que compartilham questões semelhantes. "O projeto Raízes de Resiliência veio ao encontro das nossas práticas de educação, arte e cultura. O convite para estarmos juntos com outras iniciativas, cada qual com suas peculiaridades, nos estimula", observa.

Os resultados das pesquisas e metodologias aplicadas serão apresentados em novembro, durante um seminário. Também será montada uma exposição sobre o valor cultural dessas comunidades com o trabalho de artistas locais.

A pesquisa é financiada pelo UK Research and Innovation (UKRI) por meio do edital público AHRC GCRG Urgency Highlight Notice Cultural Heritage and Climate Change.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Instituto Inhotim

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