Poli-USP desenvolve ônibus movido a hidrogênio
A Escola Politécnica da USP vai dar continuidade a um projeto de ônibus movido à base de hidrogênio. O veículo vai circular dentro da USP como forma de movimentar os estudantes pelo campus. O hidrogênio utilizado será obtido a partir do etanol, em parceria com as empresas Shell, Hytron, EMTU e Marcopolo. O professor Agenor de Toledo Fleury, do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da USP, explica que a utilização do hidrogênio vem se tornando uma tendência mundial.
Projeto
Em primeiro lugar, é interessante notar que o projeto é alavancado pelo Centro de Pesquisa para Inovação de Gases (RCGI), em uma ação conjunta da Universidade de São Paulo e da Shell, tendo como objetivo o entendimento da célula combustível em diversas aplicações, inclusive na aplicação veicular.
“A intenção é a realização de um posto de reforma do etanol para a produção de hidrogênio, com o objetivo de movimentar alguns três ônibus, de propriedade da EMTU, cedidos à USP”, explica Fleury. Com a conclusão do projeto, a universidade ganharia três ônibus que se locomoveriam à base de hidrogênio. Uma das grandes vantagens do projeto é a ausência da emissão de poluentes, fator essencial a se considerar no atual cenário de emergência climática global. O professor comenta também que o hidrogênio é um dos vetores importantes para a movimentação de veículos pesados no futuro, fazendo com que essa transição se torne uma tendência em diferentes países.
Segundo o especialista, “essa linha está sendo bem explorada na Europa e no Japão: nesses países, o uso do hidrogênio é realizado em diferentes utilizações. Contudo, a utilização desse elemento em veículos pesados segue sendo complicada”. É importante lembrar também que o Brasil depende da malha rodoviária, assim, o projeto apresenta-se como um bom caminho para utilização de combustíveis sustentáveis no País.
Transformação do Etanol
O professor informa também que a transformação do etanol em hidrogênio seria plausível, pois o país já conta com uma rede de combustíveis bem distribuída. Assim, essa mudança se apresentaria de forma prática e não afetaria negativamente a logística existente no território nacional. “Enquanto a maioria dos países que pretendem utilizar o hidrogênio fazem o seu uso a partir da energia elétrica, então a transformação do etanol em hidrogênio é um movimento muito recente”, adiciona o especialista.
O primeiro ônibus do projeto, que pretende entregar três circulares nesse formato, tem sua entrega prevista para o final do ano. Em cerca de dois anos, é provável que os três ônibus já estejam circulando dentro da universidade de forma integral.
Fonte: Jornal da USP
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