Pesquisadores da UFMG usam nióbio para desenvolver antisséptico contra Covid-19
Uma solução antisséptica capaz de proteger superfícies do Sars-CoV-2 por até 24 horas e que pode ser aplicada como gel ou líquido, sem agredir as pessoas e o meio ambiente, é um dos produtos desenvolvidos pela Nanotecnologia e Inovação em Nióbio (Nanonib), startup mineira que explora as propriedades do material para fins não metálicos.
Sediada no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec), a Nanonib foi criada em 2019 por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com investidores privados. Seu foco é a fabricação de produtos avançados contendo nióbio para aplicações diversas nas áreas de saúde e cosméticos.
Segundo o professor Luiz Carlos Oliveira, do Departamento de Química do ICEx, o composto de nióbio produzido para a desativação do coronavírus, que será chamado comercialmente de INNIB-41®, está relacionado a uma família de compostos relatados na literatura, os polioxoniobatos.
“Sintetizamos uma forma nova de polioxoniobato com capacidade de gerar espécies de oxigênio que desativam de forma eficiente uma elevada carga do coronavírus. Essas espécies de oxigênio são liberadas no meio ao se deparar com uma bactéria ou um vírus”, diz Oliveira.
Líder do grupo de pesquisa, o professor explica que a Nanonib® produz, de forma única no mundo, compostos de nióbio na forma gel, sem utilizar solventes orgânicos ou polímeros e, por isso, sem comprometer a saúde nem o meio ambiente.
“Vamos criar soluções contendo moléculas inovadoras de nióbio, de baixo custo de produção e versáteis, já que também poderão ser inseridas em produtos de limpeza e cosméticos disponíveis no mercado.” Ele acrescenta que as potencialidades da descoberta desses materiais avançados de nióbio extrapolam o uso no combate ao novo coronavírus. “Em testes preliminares, eles apresentaram excelentes propriedades e ações fungicida, bactericida e virucida.”
Ainda de acordo com o pesquisador, a Nanonib® é a primeira spin-off no mundo a criar produtos à base de nióbio para aplicações nas áreas de saúde e cosméticos. A plataforma de nióbio deverá incorporar outras tecnologias e materiais nobres desenvolvidos no Departamento de Química da UFMG e nos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT).
Fonte: Assessoria de Imprensa da UFMG
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