Fonte: Valor Econômico

A siderurgia é, historicamente, um dos setores que mais contribuem para as emissões de CO² na atmosfera - de acordo com a World Steel Association, a atividade é responsável por até 9% das emissões globais.

Essa realidade, no entanto, pode mudar em um futuro não muito distante, com a contribuição de uma tecnologia revolucionária desenvolvida pela Vale: o briquete de minério de ferro, que possibilita uma redução de 10% nas emissões das siderúrgicas.

Os briquetes são utilizados como carga metálica em altos-fornos. 

A queda das emissões ocorre porque o novo produto permite que as indústrias eliminem a necessidade de sinterização, um processo anterior à produção do aço que demanda o uso intensivo de combustíveis fósseis para o processamento do minério a temperaturas que podem chegar aos 1.300 graus Celsius.

O novo produto, por sua vez, é um aglomerado a frio que dispensa a queima - o processamento se dá por meio de cura a temperaturas entre 200° C e 250° C, o que demanda menos energia. O material ainda reduz em 99% as emissões de dióxido de enxofre, em 75% as de óxido nitroso e em 20% a liberação de materiais particulados, além de permitir uma redução significativa no uso da água no processo produtivo.

“Por ser curado em baixas temperaturas, há uma redução nas emissões de gases de efeito estufa e na liberação de material particulado. A produção do novo briquete também não exige moagem e por isso há redução no uso de água e no consumo de energia elétrica. Até a areia proveniente de rejeitos de mineração pode ser utilizada na fabricação do aglomerante utilizado na produção do briquete”, afirma Marcello Spinelli, vice-presidente executivo de Soluções de Minério de Ferro da Vale.