ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração

Indústria e Universidade: relação entre instituições está entre os principais fatores de desenvolvimento e inovação nacional

ABM atua como intermediadora e promotora desse relacionamento, por meio de suas comissões técnicas, eventos, cursos e publicações.

Componente-chave do processo de inovação nacional, a relação entre a esfera industrial e a Universidade, no Brasil, é atualmente vista como um dos principais fatores que contribuem para o intercâmbio de profissionais, o fortalecimento da pesquisa no país e os processos de desenvolvimento empresarial, conforme pontua a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), em publicação da Agência de Notícias da Indústria.

O relacionamento entre Universidade e Indústria ocorre por meio de diferentes tipos de parcerias e formatos de atuação, e colabora para que o propósito conhecido como “terceira missão das universidades” seja cumprido, ou seja, que o espaço universitário brasileiro se torne um ambiente de empreendedorismo e inovação, além do ensino teórico. 

Desse modo, instituições de Ensino Superior, ao firmar acordos de colaboração com iniciativas industriais, assumem o papel de “universidades empreendedoras” e permitem que seus alunos adquiram experiência de mercado, contribuam com processos de produção de conhecimento técnico-científico a serem empregados em ambientes industriais e desenvolvam um networking forte — mesmo antes de terminar seu curso de formação. 

Além disso, para as indústrias, a parceria universitária também tem simbolizado pontos positivos ao representar uma fonte de estratégias inovativas, como apontam o Professor Associado do Instituto de Economia da Unicamp, Renato Garcia, e o Professor Titular Aposentado do Instituto de Economia da Unicamp, Wilson Suzigan, em seu artigo As Relações Universidade-Empresa. 

“A crescente complexidade dos processos inovativos obrigou as empresas a buscar novas fontes de informação e de conhecimentos, dentre as quais a universidade mostra-se como um lócus privilegiado. Nesse contexto, a pesquisa acadêmica acabou por exercer um papel muito importante na transferência de novos conhecimentos para as empresas, pois os conhecimentos gerados nas universidades representam um insumo importante para os esforços inovativos empresariais”, destacam os autores. 

Nesse sentido, André Luiz Vasconcellos da Costa e Silva, professor da Universidade Federal Fluminense e Coordenador da Comissão Técnica de Fundamentos e Processos Metalúrgicos da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), complementa destacando que a indústria tem enfrentado, dia a dia, os desafios tecnológicos e científicos que ameaçam sua competitividade e até mesmo sobrevivência.

Segundo o professor, parte do conhecimento necessário para entender e desenhar soluções para estes desafios está na Academia e por isso, a relação entre Indústria e Universidade teria caráter de interdependência. 

“Entretanto, cabe destacar que nem sempre a comunicação entre a academia e a indústria é fácil.  Existe a necessidade de identificar uma linguagem comum, escolher parceiros adequados, buscar temas de colaboração e mesmo discutir os requisitos de formação de pessoal.  O melhor caminho para iniciar e desenvolver esta comunicação é, inicialmente, a interação a nível pessoal, que viabiliza o desenvolvimento de interações institucionais”, indica o Prof. Dr. André Costa e Silva.

O papel da ABM nessa interação

Com o objetivo de intermediar e incentivar essa relação, a ABM promove anualmente eventos técnico-científicos que possuem ampla participação acadêmica — tanto de pesquisadores quanto de estudantes — e industrial.  O principal deles é a ABM Week, considerado um dos principais eventos técnico-científicos da América Latina nas áreas de metalurgia, materiais e mineração, no qual “a indústria apresenta suas dificuldades e progressos e a academia escuta a indústria, afina os rumos de sua pesquisa e apresenta seu potencial e seus resultados”, conforme o Prof. Dr. André Costa e Silva, que também é Coordenador Técnico da ABM Week.  

Ainda de acordo com Costa e Silva, cada trabalho apresentado e debatido ao longo do evento é uma oportunidade de interação academia-indústria. “Alunos conhecem os problemas ligados ao campo onde trabalharão, engenheiros e pesquisadores da indústria apresentam os problemas que enfrentam e as barreiras que precisam ser superadas e a academia sorve esta informação e se recicla. Este é um modelo comprovadamente eficiente e que permite que haja um grande número de projetos de colaboração indústria-universidade nascendo todos os anos em encontros promovidos pela ABM, seja durante as apresentações e discussões, coffee-breaks ou ainda em conversas casuais na exposição do evento”, pontua Prof. Dr. André Costa e Silva.
 

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