ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração

Gestão de rejeitos passou a ser uma atividade integrada nas mineradoras

Especialistas da Metso Outotec mostram que a abordagem mudou nos últimos cinco anos e a disposição de rejeitos é vista como uma ação multidisciplinar dentro das empresas.

A gestão de rejeitos de processamento mineral passou por uma mudança significativa nos últimos cinco anos. Hoje, a abordagem das empresas do setor é de avaliar a disposição desses materiais em todos os seus aspectos de segurança, incluindo desde a desativação gradual das atuais barragens até processos que reaproveitam a água utilizada, passando por sistemas de eficiência energética e pelas tecnologias de empilhamento a seco. O tema foi discutido no webinar Experiências recentes e Tendências em Filtração de Rejeitos, realizado no começo de agosto pela Metso Outotec. 

“O mercado discute conceitos conhecidos, mas que eram tratados de forma isolada. Os profissionais responsáveis pela gestão de rejeitos tinham pouca comunicação com a área de processamento mineral. Isso mudou nos últimos cinco anos”, argumenta João Nelson Silva, um dos especialistas em filtragem que participou do evento online. Segundo ele, o cenário atual é de integração entre as áreas e que envolve ainda profissionais de geotecnia. Embora continuem atuando de forma independente, os diversos profissionais entendem as demandas dos outros setores. 

Para Silva, o que ainda falta é uma maior clareza em termos de legislação para gestão de rejeitos, o que poderia ampliar a segurança das mineradoras em investir na adoção de novas tecnologias. Ele destaca que houve uma ampliação da base de conhecimento sobre a gestão de rejeitos de concentrados de metal base, na América Latina, e de minério de ferro, no Brasil. A maturação aconteceu pela adoção de várias tecnologias em diversos projetos, que colocaram em campo o conhecimento acumulado nos últimos anos. 

Os novos projetos (greenfield) já envolvem a nova visão, que considera a produção de rejeitos na planta até a sua disposição final e, de forma geral, o encaminhamento técnico é para o empilhamento dos rejeitos em vez de sua destinação para as barragens. “As tecnologias de tratamento de rejeitos estão maduras, houve uma rápida expansão de escala e a quantidade de dados em campo praticamente triplicou na América do Sul, assim como a quantidade de testes, desde os de espessamento de polpa até os de inspeção de geotecnia. Virou um trabalho do dia a dia”, resume. 
Sobre a legislação, a avaliação do especialista é de é necessário ter regras claras que facilitem o desenvolvimento dos projetos e o plano geral de disposição de rejeitos. Os incentivos tributários também podem favorecer a adoção de tecnologias de empilhamento a seco em contraposição à criação de barragens de rejeitos. Os dados de projetos reais em campo já mostram que, embora o investimento inicial em tecnologias de empilhamento a seco seja maior, o retorno compensa a longo prazo. 

Equipamentos têm manutenção rápida, mantendo disponibilidade da planta

O know how acumulado também avançou na especificação dos equipamentos usados nas filtragem. Na avaliação de Silva, é possível dimensionar a planta de filtragem com o maior ganho em eficiência energética e com menor investimento. Componentes novos trazidos pela geotecnia e dados de clima, além da variabilidade do minério, tem contribuído para o dimensionamento mais adequado dos filtros. No Chile e Peru, por exemplo, os teores de argila no minério de cobre influenciam a umidade residual, o que pauta a escolha da filtragem nos dimensionamentos atuais. 

Segundo André Gazire, também especialista da Metso Outotec, as opções de equipamentos da companhia variam e podem incluir os filtros cerâmicos, que operam com vácuo e têm ciclos de filtragem que oscilam de 8 a 12 horas. As placas geralmente são lavadas a cada ciclo com soluções ácidas e apresentam uma vida útil de cerca de dois anos. São filtros de alta disponibilidade e que produzem um filtrado mais cristalino. 

Outro equipamento é o filtro de abertura rápida FPP, com evoluções tecnológicas recentes e que vem sendo aplicado em operações mais robustas e para materiais muito abrasivos. São equipamentos com até 120 placas, mas de fácil processo de manutenção, uma vez que são formados por tecidos não amarrados, montados em jogos tipo cabide, que podem ser trocados em menos de uma hora, aumentando a disponibilidade da planta. 

Os pacotes de serviços complementam a oferta de equipamentos e podem incluir várias configurações segundo Eliezer Sousa, especialista dessa área na Metso Outotec. Um deles inclui o trabalho direto com os engenheiros de manutenção das plantas de filtragem para analisar o desempenho das unidades e prever melhorias, além de avaliar intervenções futuras. O monitoramento pode ser feito, inclusive, de forma remota, com o envio de dados em tempo real da filtragem para um especialista da Metso Outotec. 

Outra possibilidade é o suporte nas paradas programadas, desde a fase de planejamento ou mesmo executando diretamente as atividades em vários níveis de participação. Há ainda pacotes de suporte para garantir a efetividade de utilização dos recursos de filtragem, incluindo gestão de qualidade e assistência técnica durante a parada. A solução completa envolve todas as etapas, do planejamento à efetiva execução da manutenção durante a parada programada.  

 

Fonte: Assessoria de Imprensa da Metso Outotec

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