Fundo Vale apoia Sitawi Finanças do Bem em rodada de investimento socioambiental
• Além o Fundo Vale, a iniciativa tem como parceiros estratégicos a Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID);
• Cinco organizações foram selecionadas pela Sitawi Finanças do Bem para receberem investimentos financeiros na forma de empréstimo, com prazo de 36 meses e taxa de retorno de 14% ao ano;
A Sitawi Finanças do Bem promove a 14ª rodada de captação de investimentos, que beneficiará cinco projetos produtivos da região amazônica, nos estados do Pará, Amazonas e Tocantins. O prazo de retorno dos empréstimos é de 36 meses, considerando seis meses de carência, com rentabilidade de 14% ao ano para investidores.
Nesta rodada, a última do ano, a Sitawi pretende captar R$ 395 mil através de sua Plataforma de Empréstimo Coletivo, aos quais serão agregados mais R$ 400 mil, valor subsidiado pelo Fundo Vale, que irá investir R$ 1 a taxa zero para cada real captado junto aos investidores, totalizando R$ 795 mil para investimento socioambiental.
Bruno Girardi, diretor Vice-presidente da Sitawi, explica que essa rodada de captação vai caracterizar uma espécie de matchfunding, ou seja, um financiamento coletivo alavancado por um investidor social que não busca retorno financeiro. “Para cada R$ 1 aplicado pelo investidor em qualquer negócio de impacto da Plataforma, a Sitawi, em parceria com o Fundo Vale, vai investir mais R$ 1, sem incidência de juros. "Dessa forma, aumentamos o acesso ao capital para os projetos sociais produtivos e o tornamos mais paciente, diminuindo as taxas de juros para as organizações e preservando o retorno de mercado para o investidor ”, pontua Girardi.
Para Gustavo Luz, diretor-executivo do Fundo Vale, iniciativas como essa são o foco do capital catalítico do Fundo Vale. "Por meio da parceria com Sitawi conseguimos dar acesso a pequenos investidores ao investimento de impacto, além de mobilizar capital para as organizações de impacto na Amazônia. Modelos de negócio inovadores, que aliam geração de renda, valorização da cultura local e proteção dos recursos naturais em um bioma tão importante para o mundo todo. E assim contribuímos para nosso propósito de impulsionar uma economia mais sustentável, justa e inclusiva”, destaca Gustavo.
Investimento produtivo
As organizações que pleiteiam investimentos nesta rodada atuam basicamente na produção de alimentos e insumos para a indústria de cosméticos, bebidas e alimentos, de forma cooperada e sustentável. “Essas empresas foram selecionadas pelo seu alto potencial de gerar resultados econômicos e socioambientais positivos nas suas áreas de atuação. Os valores a serem investidos serão revertidos em capital de giro, aumento da produção e ações de comercialização que, por consequência, irão aumentar o impacto dessas organizações”, detalha o diretor vice-presidente da Sitawi.
A rodada conta ainda com apoio estratégico das organizações Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). A captação teve 26 pela plataforma de empréstimo coletivo.
Carvão ativado
Entre as organizações que serão beneficiadas está a Tobasa, empresa líder na produção e fornecimento de carvão ativado através do coco de babaçu, fruto nativo do Brasil. Localizada em Tocantinópolis, no Tocantins, a Tobasa conta com 180 funcionários e produz também óleo de babaçu, torta proteica, biomassas energéticas, farinhas amiláceas e álcool amiláceo. A empresa atua numa área de 300 mil hectares de florestas nativas manejadas pela comunidade local, gerando renda para 1.500 famílias, dentre eles pequenos e médios agricultores, e comunidades tradicionais: indígena e quebradeiras do coco de babaçu. A empresa possui reconhecimentos e prêmios nas áreas social, econômica e ambiental concedidos por organizações como a ONU, o SEBRAE, o INPI, e a FUNBIO, além da certificação empresa B, concedida a negócios que equilibram propósito e lucro, considerando o impacto de suas decisões em seus trabalhadores, clientes, fornecedores, comunidade e meio ambiente.
A Tobasa pleiteia R$ 300 mil em investimentos e vai aplicar esse valor em capital de giro e aumento na aquisição de matéria-prima, fundamentais para garantir o crescimento da organização.
Guaraná
Outro negócio beneficiado pela 14ª rodada será a Coopersapó, uma cooperativa de pequenos agricultores familiares da cidade de Maués, no Amazonas, que cultivam e comercializam guaraná em grãos e em pó. A Coopersapó, fundada para valorizar a floresta e a produção artesanal do guaraná, gera renda para 45 cooperados e 90%. Assuas vendas são para clientes do segmento B2B eo restante da produção é vendido in natura e destinado à merenda escolar para a Prefeitura de Maués. A cooperativa atua em um território amplo, denominado como região do Urupadi, que abrange 14 comunidades e sua produção está em torno de 50 toneladas por ano. A Coopersapó pleiteia o investimento de R$ 200 mil, que será utilizado como capital de giro na safra de 2023.
Óleos e manteigas
A ParaOil é outra empresa que busca financiamento para alavancar a sua produção. Localizada no município de Acará, no Pará, a ParaOil é uma agroindústria que produz óleos e manteigas, utilizadas pelos setores cosmético e alimentício. A empresa possui três funcionários e o fornecimento da matéria prima, andiroba e cupuaçu, é feito por cerca de 20 famílias da comunidade ribeirinha e quilombola Boa Vista. Recentemente, a cadeia coletora começou a ser ampliada para a comunidade Acaraçu. Em 2022, a ParaOil produziu 4,2 toneladas de óleos e manteigas. A agroindústria pleiteia R$ 120 mil, sendo que R$70 mil serão destinados para a compra de sementes e R$50 mil para finalizar sua unidade fabril.
Alimentos e conservas
Fundada em 2018, a Deveras produz alimentos com ingredientes da Amazônia de forma sustentável. Localizada em Santarém, no Pará, a empresa possui 25 produtos em seu portfólio, entre os quais geleias, licores, conservas e desidratados, que são comercializados local e nacionalmente. Conta, atualmente, com 24 fornecedores envolvidos em 11 cadeias produtivas e 6 comunidades extrativistas, que abrange uma área de 300 hectares na região do Baixo Amazonas. A operação também beneficia indiretamente 78 pessoas, das quais cerca de 80% são mulheres.
Hoje a organização conta com uma planta produtiva própria e seus clientes pertencem ao segmento B2B, sendo empórios e armazéns, e B2C, por meio de e-commerce. A empresa pleiteia o investimento de R$ 125 mil, recursos que serão aplicados em ações de marketing para comercializar uma nova linha de produtos, aquisição de embalagens e viabilizar o aumento na produção.
Alimentos e cosméticos
A Flor de Jambu é uma comercializadora de produtos amazônicos, feitos por pequenos e médios produtores. Os seus 32 fornecedores impactam mais de mil famílias e estão localizados em Rondônia, Amazonas, Acre e Pará. A empresa possui hoje mais de 100 produtos no seu portfólio, entre eles cerâmicas, cosméticos, chocolates, bebidas e geleias. Dentre os produtos disponíveis na plataforma online da Flor de Jambu, 21 tem origem na agricultura familiar, 9 produtos são de liderança feminina, 17 são de pequenos e médios empreendedores, 7 de povos indígenas e 21 de ribeirinhos.
Os clientes da Flor da Jambu são restaurantes, empórios, cachaçarias, entre outros tipos de negócios e pessoas físicas, que compram através da sua plataforma online ou de sua loja física, na cidade de São Paulo. A empresa pleiteia o financiamento produtivo de R$ 50 mil. Valor que será investido em melhorias na plataforma de e-commerce, ampliação da área comercial e consultorias nas áreas de finanças e de marketing.
Blended Finance
Os valores de investimentos obtidos pela captação da 14ª rodada, promovida pela Plataforma Sitawi, se somarão aos mais de R$ 30 milhões já mobilizados pela instituição por meio de sua frente de Investimento de Impacto, beneficiando mais de 60 organizações nos últimos 15 anos. Desde 2019, os investimentos para as rodadas da Sitawi são captados na plataforma emprestimocoletivo.com.br, a qual recebe aportes a partir de R$ 10, de forma a favorecer a democratização do investimento de impacto socioambiental positivo.
“Estes investimentos são o que chamamos de “blended finance”. Uma forma de compatibilizar rentabilidade do mercado financeiro tradicional para os investidores, mas mesclando com empréstimos institucionais com taxas baixas ou zero, tornando o capital acessível para as organizações de impacto. Seu maior apelo é que se destinam a projetos de impactos socioambientais reais e, ao mesmo tempo, garantem que o investidor tenha um retorno atrativo do capital", compara o diretor vice-presidente da Sitawi.
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Sobre a Sitawi
A Sitawi Finanças do Bem é uma organização sem fins lucrativos fundada em 2008 com a missão de mobilizar capital para impacto socioambiental positivo. Pioneira no desenvolvimento de soluções financeiras para impacto, já mobilizou mais de R$400 milhões para impacto socioambiental, sendo o investidor de impacto mais ativo do Brasil, com mais de 2.800 iniciativas apoiadas.
Sobre o Fundo Vale
O Fundo Vale foi criado pela Vale em 2009 para catalisar uma economia mais sustentável, justa e inclusiva, que valorize os biomas e as pessoas. Realiza sua missão por meio do aporte de recursos de forma estratégica, apoio e fortalecimento de negócios de impacto socioambiental positivo e de iniciativas para fortalecimento do ecossistema de impacto. Inicialmente dedicado a investir na região amazônica, no qual se concentra a principal operação da Vale, o Fundo expandiu a atuação para os outros biomas do país, mas mantém a Amazônia como território prioritário de atuação.
Sobre a PPA
A Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) é uma iniciativa de ação coletiva multissetorial que visa desenvolver e identificar soluções inovadoras e tangíveis para o desenvolvimento sustentável e a conservação da biodiversidade, florestas e recursos naturais da Amazônia brasileira. Criada no final de 2017, a PPA busca alavancar investimentos de impacto socioambientais positivos na região, compartilhar boas práticas e fomentar parcerias inovadoras que integrem todos os setores da sociedade, através do fomento de Parcerias de Desenvolvimento capazes de contribuir com a visão de desenvolvimento de “Amazônia(s) com qualidade de vida, riqueza de biodiversidade e uso sustentável de seus recursos naturais”. Para mais informações, acesse a Teoria da Mudança da PPA ou ppa.org.br.
Fonte: Vale
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