Fórum de Líderes debaterá agenda ESG na 6ª edição da ABM WEEK
A agenda ESG (sigla em inglês para os princípios ambientais, sociais e de governança), que já vinha ganhando importância gradativa entre as empresas nos últimos anos, tornou-se uma prioridade indiscutível do setor produtivo com a aceleração das mudanças climáticas e a pandemia de Covid-19.
Um levantamento feito com 79 grandes organizações que operam no Estado de São Paulo, divulgado pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) em outubro de 2021, mostrou que a pauta ESG é prioridade para 95% delas. Para 38% das empresas consultadas, o ESG está entre as três principais prioridades. Para 22% delas, trata-se da principal prioridade.
“Já tínhamos iniciativas do tipo sendo desenvolvidas entre as empresas, mas a agenda ESG emergiu com a chancela do mercado financeiro”, aponta a consultora Vania Lúcia Lima de Andrade, conselheira da ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração.
“O mercado financeiro chegou à conclusão de que a empresas que adotam a agenda ESG têm menor risco. Assim, as empresas que têm tal compromisso conseguem financiamento em condições mais favoráveis e se valorizam mais”, ela completa.
Vânia coordenará o Fórum de Líderes, que terá como tema os desafios, riscos e oportunidades trazidos pela agenda ESG. O evento fará parte da 6ª edição da ABM WEEK, que ocorrerá entre 7 e 9 de junho no Pro Magno Centro de Eventos, em São Paulo.
Gestores de algumas das principais empresas do segmento terão a oportunidade de apresentar como suas organizações têm implementado a agenda ESG, além de integrarem o debate com os participantes do encontro.
Moderado por José Roberto Cardoso, professor titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EP/USP), o fórum contará com palestras de Cenira de Moura Nunes, gerente geral de meio ambiente da Gerdau; Francisco Pires, presidente da Novelis América do Sul; Guilherme Correa Abreu, gerente geral de Sustentabilidade da ArcelorMittal; Ricardo Fonseca de Mendonça Lima, vice-presidente da CBMM; e Titus Friedrich Schaar, COO da Ternium Brasil.
“Buscamos convidar empresas que têm uma boa gestão ESG, ou seja, que podem servir de referência e apresentar todo o aprendizado que tiveram ao longo dos anos,” Vânia explica.
De acordo com Valdomiro Roman da Silva, diretor de desenvolvimento de competências da ABM, uma das bases da discussão será uma pesquisa sobre o grau de implementação da agenda ESG conduzida pela entidade com as empresas associadas.
“Será uma excelente oportunidade para avaliarmos até que ponto esse tema já está internalizado na gestão das companhias na forma de métricas e indicadores,” Roman da Silva afirma.
As grandes empresas nacionais e multinacionais do setor, dotadas de estrutura robusta de gestão, em sua maioria já implementaram a agenda ESG. “Mas temos na cadeia um volume enorme de empresas menores, fornecedoras de produtos e serviços, com graus variados de progresso nesse debate. O Fórum de Líderes será uma ótima ocasião para que elas troquem experiências”, aponta.
Em seu mais recente relatório, referente ao triênio 2018-2020, o Instituto Aço Brasil informa que suas associadas investiram mais de R$ 2,6 bilhões em ações ambientais, incluindo iniciativas voltadas à redução da emissão de CO2 na siderurgia.
A imensa maioria delas conquistou certificações relacionadas à qualidade e desenvolvimento sustentável, indica o Instituto. Programas de autogeração de energia, recirculação de água e reaproveitamento de coprodutos e resíduos têm avançado fortemente.
Pautas como a diversidade da equipe de colaboradores das empresas – com avanço na proporção de afrodescendentes e mulheres, por exemplo – e a geração de impacto positivo nas comunidades em que as companhias estão inseridas também têm sido foco de atenção importante por parte das organizações, de acordo com o relatório.
Mas ainda há um caminho a percorrer, ressalta Vania. Ela destaca que um relatório publicado neste ano pela Responsible Mining Foundation (RMF) mostrou que os princípios ESG têm se tornado a norma entre as 40 mineradoras pesquisadas, mas os avanços na gestão muitas vezes não foram internalizados nas minas. “Este tem sido um grande desafio mundo afora”, ela completa.
Também será necessário se certificar de que toda a cadeia de fornecedores está atuando na implantação dos princípios ESG, de modo a garantir que o ecossistema como um todo seja transformado.
“Este segundo momento já começou. Será preciso mapear todas as empresas e encontrar formas de apoiá-las nesse processo”, Vania acrescenta.
Para ela, a pandemia de Covid-19 foi um momento crítico fundamental para reforçar a consciência de que é preciso fazer mudanças com mais urgência. “Associada à crise climática, a pandemia nos mostrou que nossos atos repercutem no mundo todo”, ela reflete.
6ª edição da ABM WEEK tem a Gerdau como anfitriã e conta com o patrocínio das seguintes empresas: Açokorte, Alkegen, Amepa GmbH, Aperam, Atomat Services, AutoForm, BM Group/Polytec, BRC, CBMM, Clariant, Danieli, Dassault Systèmes, DME Engenharia, Eirich, Enacom, Engineering, Evonik, Fosbel, GSI, Harsco, Hatch/CISDI, Ibar, Imerys, IMS Messsysteme GmbH, Isra Vision Parsytec, John Cockerill Industry, Kuttner, Metso Outotec, Nalco Water/Ecolab, Nouryon, Primetals Technologies, PSI Metals, Reframax , RHI Magnesita, Saint-Gobain, SMS Group Paul Wurth/ Vetta, Spraying Systems, Suez, SunCoke, Tecnosulfur, Ternium, Timken, TopSolid, TRB, Unimetal, Usiminas, Vale, Vamtec, Vesuvius, Villares Metals, Wallonia.be (ADI – Industrial Services, John Cockerill Hydrogen, BorderSystem, Datanet International, Synthetis e PEPITe), White Martins, e Yellow Solution. Apoio especial: CNPq. Apoio institucional: Abal, Abendi, AIST, AIST Mena, Alacero, CBCA, Ibram, Instituto Aço Brasil, CIMM, Ind4.0.
Texto: Eduardo Campos Lima
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