Entenda a importância das vagas afirmativas no setor metalúrgico e de mineração
Fonte: Assessoria ABM
As vagas afirmativas têm ganhado espaço no mercado de trabalho brasileiro como uma estratégia eficiente para combater desigualdades e promover a inclusão de grupos historicamente marginalizados. Voltadas para públicos como mulheres, pessoas negras, indígenas, trans, com deficiência, 50+, e outros, essas ações afirmativas ajudam na garantia de oportunidades equitativas.
De acordo com dados recentes da Gupy, apenas 1% das vagas publicadas em 2022 na plataforma de recrutamento do Brasil foram destinadas a processos seletivos afirmativos. Apesar de ser um número ainda pequeno, representa o início de uma jornada rumo à inclusão no mercado de trabalho. Além disso, esse movimento vem acompanhado de iniciativas internas, como programas de onboarding que reforçam o respeito à diversidade, e estratégias para garantir um ambiente seguro e acolhedor para todos.
O setor de mineração, responsável por 4% do PIB brasileiro e 47% das movimentações da balança comercial, vem se destacando não apenas pelo impacto econômico, mas também pela geração de empregos. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), a expectativa é que 212 mil novos postos de trabalho sejam criados ao longo do ano, impulsionados pela transição para a Mineração 4.0.
Apesar de ainda ser um ambiente predominantemente masculino, o setor começa a adotar vagas afirmativas para mulheres e outros grupos sub-representados, como pessoas com deficiência. Dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) mostram que, entre os 6.159 engenheiros de minas ativos no país, 1.207 são mulheres, representando cerca de 17% da força de trabalho.
Iniciativas que promovem inclusão no setor
O Women in Mining Brasil, criado em 2019, tem como missão fortalecer a presença feminina no setor mineral, promovendo a inclusão de gênero como uma prioridade estratégica. A iniciativa busca transformar o cenário da mineração no país, incentivando ambientes de trabalho mais diversos e inclusivos, que valorizem a expertise técnica, a excelência operacional e o espírito inovador das mulheres. Com ações voltadas para a construção de estruturas dinâmicas e engajadas, o movimento se compromete a respeitar e acolher a diversidade em todos os níveis organizacionais.
Em 2024, a presença feminina no setor mineral chegou a 23% da força de trabalho, um aumento significativo em relação a 2023 (21%) e 2022 (17%). Nos cargos de média gestão operacional, as mulheres representam 10%, enquanto sua participação em conselhos administrativos atingiu 11%. No programa de desenvolvimento de lideranças, elas já são 31%, em comparação com 24% no ano anterior e apenas 11% em 2022.
“As vagas afirmativas têm mostrado que a diversidade não é apenas uma questão de equidade, mas também uma estratégia para fortalecer o setor, trazendo novas perspectivas e impulsionando a inovação e competitividade em um ambiente historicamente masculino”, aponta Vânia Lúcia, membro do Conselho de Administração da ABM e do Women in Mining Brasil.
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