ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração

Codemig recebeu R$ 1,7 bilhão da CBMM no contrato do nióbio

O diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e da Codemge, Thiago Toscano, apresentou um histórico das companhias durante almoço-palestra promovido pelo Clube de Permuta, fundado por Léo Bortoletto

Fonte: O Tempo

O diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e da Codemge, Thiago Toscano, apresentou um histórico das companhias durante almoço-palestra promovido pelo Clube de Permuta, fundado por Léo Bortoletto.

Thiago falou sobre o contrato que a empresa pública tem com a CBMM na mina de nióbio em Araxá (MG).

O Estado registrou parte do direito minerário e a CBMM registrou a outra parte. “Em 1972, o Estado e a CBMM fizeram um contrato e a CBMM foi desenvolver a rota tecnológica para criar um mercado para o nióbio”, explicou.

Thiago mostrou uma foto aérea da mina que tem aproximadamente três quilômetros quadrados. “A mina é pequena. E a CBMM, num processo de 160 etapas, transforma o produto em liga que é a liga ferronióbio”, detalhou.

Lucro

Em 2023, Thiago Toscano contou que a Codemig recebeu R$ 1,7 bilhão como parte do lucro dessa operação com a CBMM.

Em 2022, o ganho foi de R$ 1,4 bilhão. Esse dinheiro não tem uma destinação específica, segundo ele, podendo ser onde quiser.

"Não é como a Cemig que tem que investir numa infraestrutura de energia". Para Thiago Toscano, a presidência da Codemig e da Codemge é uma das cadeiras mais desejadas no Estado por conta da disponibilidade de recursos e a possibilidade de aplicar naquilo que a pessoa quiser. Durante a palestra, o executivo mostrou ainda o histórico societário da Codemge que nasceu como Camig, virou Comig e depois foi incorporando outras empresas estatais como a Hidrominas, 54 distritos industriais, a Minastur (Minascentro, águas minerais Caxambu) e outros. “Virou uma miscelânea”, admitiu.

Cisão 

Thiago Toscano contou que o nome Codemig surgiu em 2003 no governo Aécio Neves. A gestão como Codemig foi até 2018 quando o Estado, diante da situação fiscal, precisava colocar "dinheiro para dentro (dos cofres)".

"Mas aí tem o Grande Hotel de Araxá que está arrendado, Expominas BH que está arrendado, mas precisa de receita nos outros ativos, mas essas receitas não chegam a 1% do total da receita da companhia Codemig”, admitiu. Thiago explicou que quem quer comprar o fluxo da Codemig (a arrecadação que do nióbio) não quer comprar o Expominas, por exemplo. Por isso, o governo fez uma cisão e separou a Codemig (que ficou com o direito minerário do nióbio somente, sem funcionário) e criou a Codemge (que tem toda a estrutura de funcionários).

Prejuízo 

Mesmo com um ganho tão expressivo como os R$ 1,7 bilhão recebidos por conta do contrato com a CBMM, Thiago Toscano informou que em 2020 o prejuízo foi de R$ 160 milhões.

“Em 2021, quando chegamos, o prejuízo foi de R$ 200 milhões, foi quando a gente começou a fazer uma reorganização do portfólio de ativos e aí entendi porque não andava”, contou.

Dentre os desafios nos gastos, Thiago mostrou que a Codemge fez um investimento, num governo passado, de R$ 57 milhões num prédio na Praça Sete para reformar e fazer um centro de economia criativa.

“Só que o prédio não era dela (da Codemge). E isso iria gerar um prejuízo de ao menos R$ 3 milhões por ano podendo chegar a R$ 9 milhões por ano dependendo da taxa de ocupação do ano. Quem de vocês em sã consciência para fazer um investimento desses? Depois a Fiemg assumiu o prédio, não temos mais esse prejuízo”, contou, aliviado.  

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