ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração

Centro de pesquisa da USP integra projeto internacional para descarbonizar setor de petróleo e gás

Estudo tem o objetivo de identificar as tecnologias prioritárias, que possam ser implantadas em escala, para diminuir a emissão de gases de efeito estufa.

O Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), sediado na Universidade de São Paulo (USP) e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela Shell, é uma das instituições que estão contribuindo para o estudo “Closing the Gap: A Global Perspective”, liderado pelo Net Zero Technology Centre e a Organização Neerlandesa para Pesquisa Científica Aplicada (TNO). O estudo tem o objetivo de identificar as tecnologias prioritárias, que possam ser implantadas em escala, para descarbonizar o setor de petróleo e gás em nível global. O gás carbônico (CO2) é responsável por 60% do efeito estufa.

Os resultados serão divulgados no dia 3 de outubro, pelo Net Zero Technology Centre, no Reino Unido, e depois apresentados na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP27), que acontece de 6 a 18 de novembro, no Egito.

“A proposta é que o estudo norteie as discussões na conferência, uma vez que trará subsídios importantes para a avaliação dos compromissos assumidos por cada país na redução das emissões de gases de efeito estufa”, afirma Karen Mascarenhas, diretora de recursos humanos e gestão de lideranças do RCGI, que integra a coordenação do estudo no Brasil.

Além do RCGI, participam do consórcio outras nove instituições: National Renewable Energy Laboratory (Estados Unidos); Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation e National Energy Resources Australia (Austrália); InnoTech Alberta e Energy Research & Innovation Newfoundland & Labrador (Canadá); Industrial Decarbonisation Research & Innovation Centre e Scottish Carbon Capture & Storage (Reino Unido), The National Institute for Advanced Industrial Science & Technology (Japão) e Faculty of Energy and Environmental Engineering at the British University in Egypt (Egito).

Criado durante a COP26, esse consórcio possibilitou que dezenas de pesquisadores se debruçassem sobre o problema visando soluções prementes para evitar um aumento irreversível da temperatura global de 2 °C comparado com a era pré-industrial. “Além desses estudos, com base em pesquisas e experiências nacionais, foram realizados diversos workshops para troca de informações e alinhamento da metodologia”, conta Mascarenhas. O estudo está sendo compilado em um relatório, dividido em três partes.

“A primeira parte apresentará as tecnologias mais promissoras, seu potencial, demanda e aplicações, os cenários para o seu desenvolvimento, oportunidades de exportação e a infraestrutura necessária para a transição energética. A segunda indicará as barreiras para a implantação dessas tecnologias. Já a terceira, além das principais conclusões, trará as lições aprendidas em projetos já executados, os fatores de sucesso e as políticas e incentivos governamentais identificados como essenciais para a superação das barreiras”, conta Mascarenhas.

Da parte do RCGI, as contribuições foram focadas nas tecnologias de produção de hidrogênio verde, mitigação de emissões de gases de efeito estufa, de captura, utilização e armazenamento de carbono, além das energias de fontes renováveis (eólica e solar).

As propostas apresentadas no estudo poderão promover maior colaboração internacional em projetos de pesquisa na área. “O RCGI tem muito a contribuir nesse esforço mundial e imprescindível, que é promover rapidamente a transição energética. Temos ampla expertise em diversas áreas e já desenvolvemos inovações disruptivas, a exemplo da tecnologia de separação de CO2 em cavernas na camada do pré-sal no subsolo de águas profundas, entre outras”, avalia Mascarenhas.

Fonte: Boletim Fapesp Pesquisa para Inovação (https://pesquisaparainovacao.fapesp.br/)

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