ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração

Cenário internacional será debatido em Plenária de Mineração e Siderurgia na ABM WEEK

Encontro trará brasileiros que atuam em outros países para falar das tendências e desafios do setor, que encara transformações tecnológicas e regulatórias em uma conjuntura de instabilidade no mundo.

Enfrentando pressões de diferentes origens e impactadas por mudanças aceleradas, as indústrias de mineração e de siderurgia têm diante de si oportunidades históricas de transformação tecnológica, de mercado e de governança.

Profissionais brasileiros que estão atuando no olho do furacão da indústria internacional do aço dividirão com o público da 6ª edição da ABM WEEK suas visões a respeito dos atuais desafios e tendências do setor na Plenária Mineração e Siderurgia Mundial: Visão de brasileiros que residem no exterior. O encontro ocorrerá no dia 8 de junho, às 16h30, no Auditorium Gerdau, no Pró Magno Centro de Eventos, em São Paulo.

Os coordenadores da plenária explicam que idealizaram o formato levando em consideração os desafios estruturais com que o setor tem lidado, que se estendem desde questões de recursos humanos – como a dificuldade de formar e atrair talentos – a temas de transição tecnológica, incluindo as inovações disruptivas relacionadas à Indústria 4.0.

“Queríamos que as palestras manifestassem uma visão internacional de tais questões. Por isso, pensamos em convidar brasileiros que moram e atuam em outros países e que tenham, portanto, uma perspectiva mais global desses assuntos”, explica Débora Oliveira, diretora de Comunicação e Relações Institucionais do Instituto Aço Brasil.

Oliveira coordena o encontro ao lado de Francisco Coutinho Dornelas, consultor e diretor da Regional ABM Espírito Santos.

O cenário complexo se desdobra nas quatro palestras que comporão a primeira etapa da plenária. Paulo Vitor Costa de Carvalho, head of Steel Consulting da CRU Consulting, da Inglaterra, fará a abertura com uma conferência de natureza mais panorâmica, com o tema Mercado de Aço Mundial: Desafios e Tendências.

Depois dele, Rodrigo Corbari, diretor de Assistência Técnica aos Clientes Américas da GrafTech International, nos Estados Unidos, falará sobre as tendências, oportunidades e desafios do EAF Steelmaking (produção de aço em forno elétrico a arco).

Os aspectos econômicos e produtivos da siderurgia no Sudeste Asiático serão o assunto da palestra de Eduardo Pfiffer, gerente geral de Inteligência de Mercado da Vale, em Singapura.

Por fim, Karla Ohlre-Martins, professora da Universidade de Ciências Aplicadas Ruhr West, na Alemanha, abordará a formação de profissionais para os setores de metalurgia e mineração, fazendo comparações entre as realidades do Brasil e da Alemanha.

Conjuntura exigente

Após as apresentações, uma sessão de perguntas e respostas permitirá uma troca direta de ideias entre público e conferencistas. Na opinião de Oliveira, nessa etapa certamente serão mencionados assuntos candentes da realidade atual, relacionados às movimentações estruturais da economia e da sociedade que têm impactado a indústria como um todo.

“Passamos por um boom de commodities e ainda temos um mercado internacional em ebulição. Nesse contexto, repentinamente começou o conflito no Leste Europeu”, descreve.

Tais movimentos impactaram profundamente as cadeias de produção internacionais, já desorganizadas pela pandemia. Os efeitos desses rearranjos – que podem ser surpreendentes – incluem, por exemplo, a escassez de semicondutores que se tornou perceptível há alguns meses e que ainda deve afetar a indústria por bastante tempo.

“Para complicar ainda mais a conjuntura, o mundo atravessava uma fase em que se ensaiava passar de uma pandemia para uma endemia. Mas, de repente, a China reinicia uma política de Covid-19 zero, retomando os lockdowns”, Oliveira acrescenta.

Todos esses itens da pauta do dia se conjugam com as pressões inescapáveis da agenda ambiental, materializadas pelas demandas crescentes dos organismos de controle mundo afora e desdobradas na aplicação cada vez mais intensiva de soluções tecnológicas que levem à era do green steel.

“Já há uma série de tecnologias sendo desenvolvidas e aplicadas pela indústria com fins de sustentabilidade. Tais transformações não serão lentas e graduais. Já estão em curso”, aponta José Henrique Noldin Júnior, head de Estratégia Tecnológica da CSN, que será o moderador da sessão.

Se tais desafios geram riscos e a necessidade de reajustes profundos, oportunidades inesperadas também se abrem a partir deles, ressalta Noldin. “Muitas companhias que perceberam isso certamente poderão ganhar nesse processo”, ele explica.

Em meio à pandemia, guerra e transição verde, o setor deve ter muito a debater. “Após dois anos de adiamento da ABM WEEK, acreditamos que a forma como concebemos a plenária deve ser ainda mais interessante do que esperávamos”, conclui Débora Oliveira.

A 6ª edição da ABM WEEK tem a Gerdau como anfitriã e conta com o patrocínio das seguintes empresas: Açokorte, ADI-Industrial Service, Alkegen, Amepa GmbH, Aperam, ArcelorMittal, Atomat Services, AutoForm, BM Group/Polytec, BorderSystem, BRC, CBMM, Clariant, Danieli, Dassault Systèmes, Datanet International, DME Engenharia, Eirich, Enacom, Engineering, Evonik, Fosbel, Fluxx, GSI, Harsco, Hatch/CISDI, Ibar, Imerys, IMS Messsysteme GmbH, Isra Vision Parsytec, John Cockerill, Kuttner, Metso Outotec, Nalco Water/Ecolab, Nouryon, Primetals Technologies, PSI Metals, Reframax , RHI Magnesita, Saint-Gobain, Synthetis, SMS Group Paul Wurth/ Vetta, Pepite, Spraying Systems, Suez, SunCoke, Tecnosulfur, Ternium, Timken, TopSolid, TRB, Unimetal, Usiminas, Vale, Vamtec, Vesuvius, Villares Metals, Wallonia.be, White Martins, e Yellow Solution. Apoio especial: CNPq. Apoio institucional: Abal, Abendi, AIST, AIST Mena, Alacero, CBCA, Ibram, Instituto Aço Brasil, CIMM, Ind4.0.

 

Texto: Eduardo Campos Lima

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