CBMM investe em pesquisas e tecnologia para expandir mercado de nióbio
Manter um olhar constantemente à frente do seu tempo. Com essa estratégia, a CBMM, líder global na produção e comercialização de produtos industrializados de nióbio e vencedora do Desafio de Visão de Futuro do anuário Época 360, vem expandindo o mercado em que atua e posicionando o Brasil como maior produtor mundial do metal.
Fundada há mais de 60 anos, a companhia, que tem sede em Araxá (MG), foi pioneira no uso do nióbio — naquela época, pouco se sabia sobre o potencial desse metal. Foram anos de investimentos em pesquisa e desenvolvimento para descobrir e constatar os benefícios que fazem do elemento uma das principais apostas para o futuro: apenas uma pequena quantidade de nióbio pode modificar o aço, tornando a liga mais eficiente e o produto final mais leve, resistente a temperaturas, impactos e corrosões.
Com capacidade produtiva de 150 mil toneladas de nióbio por ano, a CBMM tem como principal produto o ferronióbio, que é destinado ao mercado de siderurgia. No entanto, a companhia tem investido em pesquisa para outros usos do material com o objetivo de suprir as demandas dos mais diversos segmentos, como energia, automotivo, infraestrutura, saúde e aeroespacial.
“Setores estratégicos para a economia global têm, cada vez mais, utilizado o metal no desenvolvimento de produtos compatíveis com as necessidades do futuro, alinhados às megatendências globais de eletrificação, urbanização, sustentabilidade e transformação digital. E para apoiá-los nesse processo, temos buscado acelerar nosso crescimento”, conta Ricardo Lima, CEO da CBMM. “Por isso, além do crescimento orgânico, continuamos a investir na expansão por inserção a partir do uso do nióbio em novas aplicações. Para isso, temos intensificado o investimento em pesquisas e inovações que promovam outras aplicações e atendam outras indústrias”, explica.
Estratégias de longo prazo
Para acelerar a entrada no mercado de novas tecnologias aplicadas ao nióbio, desde 2018 a CBMM conta com a área de Novos Negócios, voltada às estratégias de longo prazo. Com profissionais das mais diversas especialidades, além de relatórios e consultorias internacionais, procura impulsionar inovações em várias áreas, como de baterias e armazenamento de energia, nanomateriais e eletroeletrônicos.
Ainda na frente de Novos Negócios, a companhia investe também em startups e empresas que possuem projetos avançados que contribuam com a aceleração da adoção do nióbio pelo mercado.
A CBMM conta, ainda, com um robusto programa de tecnologia que visa apoiar os atuais e potenciais clientes no uso do nióbio, seja por meio de projetos de pesquisa e desenvolvimento, participação em eventos, seja pela disseminação de conteúdos. “A companhia sempre procurou firmar parcerias com grandes cientistas, universidades e centros de pesquisa em todo o mundo. Com um olhar voltado à sinergia, buscamos, inclusive, clientes parceiros, que deem valor a pesquisas de novas tecnologias. Por exemplo, com a Toshiba, no Japão, desenvolvemos a tecnologia NTO (Niobium Titanium Oxide), aplicada às baterias. Em relação ao aço, temos parcerias com as maiores siderúrgicas do mundo, no aporte de recursos financeiros e humanos para que a gente possa desenvolver e lançar novos aços no futuro”, explica Lima.
E o investimento no programa de tecnologia segue uma curva ascendente: totalizou R$ 260 milhões em 2022, um crescimento de mais de 30% com relação a 2021. Para 2023, a expectativa é que os investimentos alcancem a marca de R$ 300 milhões, de forma a ampliar e diversificar o mercado global de produtos de nióbio. Mantendo essa dinâmica, a CBMM pretende continuar crescendo no mercado, apoiada na diversificação da sua receita. Em 2030, o plano é que a receita seja 25% representada por produtos além do aço.
ESG transversal ao negócio
Se a CBMM se preocupa em desenvolver produtos que contribuam para um futuro mais promissor, internamente ela também tem feito a lição de casa. “A CBMM já nasceu sustentável e, ao longo do tempo, muitas práticas foram sendo apenas aprimoradas. Temos orgulho de ter começado fazendo do jeito certo”, conta Renata Ferrari, head do jurídico, compliance e relações institucionais da companhia, que em 2023 anunciou a meta de zerar as emissões de carbono nos escopos 1 e 2 até 2040, antecipando em quase uma década o que foi estabelecido pelo Acordo de Paris, do qual o Brasil é signatário.
E, para alcançar esse objetivo, vem desenvolvendo ações consolidadas, a serem ampliadas nos próximos anos. “Hoje a nossa emissão é de 0,6 tonelada de CO₂ por tonelada de ferronióbio produzido, e 100% da energia elétrica consumida em nossos processos é proveniente de fontes renováveis, com certificação. Além disso, há anos a companhia recircula mais de 96% da água usada no processo industrial de Araxá”, diz Ferrari.
Além da redução de emissões de carbono, o Plano de Sustentabilidade da CBMM prevê a conservação de fauna e flora do bioma do Cerrado. “Por meio do Centro de Desenvolvimento Ambiental, criado em 1980, promovemos diversas ações nesse sentido, como o resgate e tratamento de animais em risco de extinção ou com algum tipo de problema – ou por terem sofrido algum tipo de violência ou acidente –, para que, assim que possível, possam ser reinseridos no seu habitat natural”, explica a executiva.
Ela conta que na CBMM a agenda ESG é desenvolvida de forma transversal e integrada a todas as matérias. Ou seja, as estratégias da companhia são muito conectadas com os compromissos de sustentabilidade e as ações de ESG estão conectadas entre si. “Por exemplo, fazemos o plantio de mudas e de plantas do Cerrado – em 2022, tivemos uma produção de 100 mil mudas de plantas do bioma da região. Parte da produção das mudas, no entanto, é desenvolvida em parceria com o projeto Fazendinha de Araxá, uma iniciativa de sucesso na ressocialização e reinserção de dependentes químicos na sociedade. As mudas, posteriormente, são doadas para os produtores rurais locais que fazem a reposição das matas ciliares. Dessa forma cuidamos ao mesmo tempo da questão social e ambiental”, exemplifica a head.
A estratégia se repete, ainda, em relação à cultura, educação e esporte da comunidade na qual a empresa está inserida. “Também no Centro de Desenvolvimento Ambiental desenvolvemos um programa de educação ambiental que atende 100% das escolas de Araxá, inclusive aquelas localizadas no meio rural. Entendemos que, quando esses conceitos são discutidos ainda na infância, a probabilidade de se tornar uma prática na vida cotidiana das pessoas é muito maior”, ela ressalta.
A companhia apoia, também, a educação dos filhos de todos os seus funcionários, desde a pré-escola até a universidade, por meio do subsídio das mensalidades. “Como é um programa muito antigo na empresa, hoje a gente já tem resultados para mostrar a relevância da educação como instrumento de ascensão social. A educação muda a vida das pessoas”, destaca Ferrari.
Já no pilar governança, a ética, a integridade e o respeito às normas na condução dos negócios são valores que norteiam as relações com todos os stakeholders da companhia, seja no Brasil ou no exterior. “Somos uma empresa de capital fechado, mas que adota as melhores práticas de uma empresa de capital aberto. Isso é um mindset da CBMM, pois entendemos que uma boa governança é importante para a gestão, para a transparência, e acaba sendo muito positiva nos nossos negócios. Temos comitês de assessoramento à administração e um comitê de auditoria independente, que é muito atuante. Além disso, nossas comissões são organizadas de forma multidisciplinar para atuar em questões importantes do dia a dia da empresa, como ética, sustentabilidade, sanções e embargos e diversidade”, explica a head do jurídico, compliance e relações institucionais da empresa, ressaltando que há uma preocupação genuína da companhia com esses temas. “Nosso grande pilar é a ética e a integridade. Buscamos sempre fazer o que é certo”, ela conclui.
Fonte: Época Negócios
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