75ª edição do Congresso Anual da ABM será celebrada na ABM WEEK
O Congresso Anual da ABM chega em 2022 à sua 75ª edição. O evento, que é o mais antigo da associação e um dos mais importante do setor minerometalúrgico e de materiais da América Latina, integra a 6ª edição da ABM WEEK, que será realizada de 7 a 9 de junho de 2022, no Pro Magno Centro de Eventos, em São Paulo.
Conforme explica Horacidio Leal Barbosa Filho, presidente executivo da Associação, a história do Congresso Anual se confunde com a história da ABM.
“O Congresso Anual nasceu pouco depois da própria associação, reunindo sobretudo acadêmicos. Com os anos, juntaram-se a eles os profissionais da indústria”, explica.
História
Nascida como Associação Brasileira de Metais, a ABM foi fundada em 10 de outubro de 1944 e o seu surgimento estava ligado ao impulso de industrialização que o Brasil vivenciou na década de 40. Esse impulso foi gerado da necessidade de fabricar em território nacional produtos antes importados da Europa e dos Estados Unidos, pois esses países centrais na economia mundial da época estavam envolvidos na Segunda Grande Guerra e diminuíram seriamente suas exportações para o país.
No momento da sua fundação, a Associação realizou uma reunião geral, que ficou conhecida como Congressinho, que lançou a primeira semente para o Congresso Anual. O primeiro Congresso foi realizado em 1945, entre 14 e 19 de maio, e foi sediado em São Paulo e em Volta Redonda, onde ficava a usina da CSN, criada pelo Presidente Getúlio Vargas em 1941. Nos primeiros anos, era comum que os encontros fossem sempre em duas etapas: uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro ou Minas Gerais. O evento reunia acadêmicos, profissionais da indústria e também estudantes
Naquele período, também era frequente o intercâmbio técnico-científico com colegas norte-americanos. A própria ABM surgiu inspirada na American Society for Metals, adotando o mesmo princípio de ser uma associação técnica para desenvolver a metalurgia e a siderurgia no país.
Uma das figuras centrais para a constituição da Entidade foi o engenheiro Miguel Siegel, pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) – onde a ABM ficou sediada nos primeiros anos e onde passaram a acontecer os congressos após algumas edições. Vários dos fundadores são igualmente oriundos do Instituto, como Fábio Décourt Homem de Melo e Vicente Chiaverini (foi o presidente da primeira comissão organizadora do evento, quando foram apresentados 15 trabalhos).
Os organizadores do Congresso da ABM sempre demonstraram a preocupação de publicizar os estudos nele apresentados, de modo que desde o início publicaram no ABM Boletim, que a partir de 1947 passou a ser o ABM Noticiário. Também se realizava a publicação de estudos técnicos e referências teóricas para o setor – a exemplo, também nesse aspecto, do que fazia a associação norte-americana.
A partir da década de 1950, o Congresso Anual da ABM passou a ser realizado também em outras cidades brasileiras, como Porto Alegre (1951 e 1961) e Vitória (1967). Nos encontros, discutia-se o avanço tecnológico na indústria e os grandes temas da política econômica nacional, como a necessidade de incrementar a indústria automobilística no Brasil, por exemplo (tema que apareceu no Congresso de 1953).
“Ele sempre teve um papel pioneiro, trazendo ao debate os temas mais inovadores da área de metalurgia. Com o passar dos anos, foram-se agregando as outras áreas”, Leal acrescenta.
A associação foi abrindo o leque de representação, passando a incluir profissionais da área de mineração e de materiais. Com a complexificação da ABM, surgiu a necessidade de organizar as comissões temáticas.
Ao longo dos anos, esse processo foi gerando os seminários e simpósios de áreas específicas, como o de Laminação do Aço (a partir de 1967), de Aciaria (a partir de 1969), de Redução de Minério de Ferro (a partir de 1970) e de Energia (a partir de 1979).
Figuras importantes do país participaram do Congresso Anual da ABM ao longo das décadas, como Carlos Lacerda, governador da Guanabara, em 1965, e Dorothea Werneck, que foi ministra do Trabalho e da Indústria e do Comércio, em 1992.
Celebração
Na 75ª edição, uma solenidade marcará o aniversário do evento, aberta por Horacidio Leal e André Luiz Vasconcellos da Costa e Silva, diretor técnico do IBQN – Instituto Brasileiro da Qualidade Nuclear, professor colaborador da Universidade Federal Fluminense e coordenador técnico da 6ª edição da ABM WEEK.
Depois da cerimônia, Sérgio Neves Monteiro, ex-presidente do Conselho de Administração da ABM e professor do Instituto Militar de Engenharia (IME), ministrará palestra sobre Novos materiais avançados do século 21. A seguir, André Luiz Vasconcellos da Costa e Silva falará sobre Partículas de segunda-fase: revisão do conceito e relevância para as propriedades dos aços.
Por fim, Dagoberto Brandão Santos, professor titular da UFMG, apresentará o tema Aços com alto e médio teores de manganês: produção, caracterização e desempenho mecânico.
A 6ª edição da ABM WEEK tem a Gerdau como anfitriã e conta com o patrocínio das seguintes empresas: Açokorte, Air Liquede, Alkegen, Amepa GmbH, Aperam, ArcelorMittal, Atomat Services, AutoForm, BM Group/Polytec, BRC, Braincube, CBMM, Combustol, Clariant, Danieli, Dassault Systèmes, DME Engenharia, Eirich, Enacom, Engineering, Evonik, Fosbel, GSI, Harsco, Hatch/CISDI, Ibar, Imerys, IMS Messsysteme GmbH, Isra Vision Parsytec, John Cockerill Industry, Kuttner, Metso Outotec, Nalco Water/Ecolab, Nouryon, Primetals Technologies, PSI Metals, Reframax , RHI Magnesita, Saint-Gobain, SMS Group Paul Wurth/ Vetta, Spraying Systems, Suez, SunCoke, Tecnosulfur, Ternium, Timken, Thermo Fischer, TopSolid, TRB, Unimetal, Usiminas, Vale, Vamtec, Vesuvius, Villares Metals, Wallonia.be (ADI – Industrial Services, John Cockerill Hydrogen, BorderSystem, Datanet International, Synthetis e PEPITe), White Martins, e Yellow Solution. Apoio especial: CNPq. Apoio institucional: Abal, Abendi, AIST, AIST Mena, Alacero, CBCA, Ibram, Instituto Aço Brasil, CIMM, Ind4.0.
Texto: Eduardo Campos Lima
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